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Contar uma estória não é dar o histórico! Uma das ferramentas de comunicação, aprendizado e engajamento mais antiga é o storytelling. Contamos estórias sentados ao redor de fogueiras desde os mais remotos tempos. Storytelling tem a ver com pessoas falando com pessoas. Uma boa estória te equipa para viver melhor o seu futuro.

Fonte de aprendizado e inspiração, de compartilhamento de visão, uma boa estória é capaz de transmitir valores, crenças, intenção – todas dimensões sutis mas presentes nos negócios. O feitiço corporativo que vivemos atualmente é que nos tornamos racionais demais.

Uma boa estória é uma interpretação ou uma visão da vida como ela é. Se é uma interpretação, pode ser melhor que a vida. Mas atenção porque a mentira não faz parte do storytelling.

A estória serve para engajar os times ou a empresa em uma visão, uma cultura, objetivos. Pode ajudar uma empresa a sair de situações ruins, de crises, mas sem encobrir a realidade.

 

Para ser um bom contador de estórias, é preciso ter uma mente que pensa em estórias. Não mais bullet points! Lembre-se que é a emoção que move a audiência.

Então como contar uma boa estória? Compartilho aqui técnicas de roteiristas para que você possa experimentar. Contar estórias é algo muito natural para nós, mas imagine se for feito de bem estruturada!

Segue a receita:

Ingredientes:

  1. Uma ideia governante – „moral da estória“
  2. Protagonista
  3. Forças antagônicas
  4. Incidente incitante
  5. Desejo
  6. Estrutura em atos
  7. Complicações progressivas
  8. Crise
  9. Clímax
  10. Resolução

Primeiramente, tenha em mente qual a sua ideia governante, ou seja qual o moral da estória? Uma pergunta que pode ajudá-lo é: „Qual minha intenção com esta estória? O que desejo deixar como mensagem? O que desejo provocar na audiência?“. Experimente formular uma frase. Palavra solta não vale! Palavras soltas estão fora de contexto e podem adquirir muitas nuances ou significados, inclusive sair do nosso contexto desejado. Outro elemento importante de nossa estória é o subtexto. Aquilo que está presente sem estar falado. Normalmente é o que ajuda a costurar a trama e mantém sua audiência interessada.

Roteiristas podem nos ajudar com estrutura para estórias corporativas. Muito comum vermos filmes começarem mostrando uma situação típica, um equilíbrio de coisas que é quebrado ou afetado por algum fator que faz surgir o Problema. O papel do protagonista será o de Agir para restabelecer ou criar um novo equilíbrio na situação. Ele enfrenta crises, que normalmente são dilemas, decisões difíceis a tomar, e no final atinge novamente uma situação de equilíbrio. A estória é o que se dá entre estes dois momentos de equilíbrio.

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O protagonista é mais forte que as forças antagonistas e de certa forma não tem medo do que vai dar errado. Imagine o poder deste estado mental na hora de um time realizar um projeto, criar uma nova solução, ou enfrentar uma crise – é isto que se materializa como desejo na estória. Este estado positivo, de resiliência, faz com que o protagonista seja criativo. Mas tal criatividade deve estar a serviço de um propósito e precisa ter significado.

As complicações progressivas podem ser um excelente momento de aprendizado e uma forma de mostrar os problemas. A estrutura em atos organiza o caos que o protagonista vive; ajuda a construir temporalmente a crise – o dilema entre opções; decisões difíceis que serão superados no clímax. Finalmente a resolução é o ponto em que as tensões se dissipam – pelo menos por um tempo.

Nos negócios podemos usar o storytelling para comunicar e engajar as pessoas nestes momentos entre-equilíbrios. Um novo produto, um projeto, uma restruturação – são alguns exemplos em que contar uma boa estória pode ajudar as pessoas a se engajarem e se tornarem protagonistas. Uma boa estória é capaz de transportar sua audiência para um outro cenário – a solução – e assim conquistar apoio.

Uma estrutura básica e elegante com três atos: Situação – Complicação– Solução.

Exemplo:

Situação: Sempre fomos líderes de mercado e top of mind dos consumidores…

Complicação: …até que entrou um novo produto, concorrente indireto e por conta disto ….

Pergunta implícita: …como isto ocorreu?

Solução: …então criamos …

A situação endereça o contexto e histórico, ambienta como era antes do evento incitante, da crise.

Dica para definir a complicação:

Defina um problema que seja importante de ser resolvido, ou seja, que impacto este problema tem? A solução está nas mãos dos protagonistas?

Dica para a solução:

Faça perguntas abertas começando por “Como…?” uma vez que perguntas assim oferecem passos ou métodos para solução.

Vale a pena experimentar tornar-se um fazedor de estórias!

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