Você aceita como imutável o fato de que, sempre quando a economia entra em recessão ou crise, treinamentos são cancelados, orçamentos de RH cortados e planos de desenvolvimento de colaboradores congelados?

Isto é possível – ou até necessário – quando T & D é tratado como algo adicional que, no máximo, gera benefícios indiretos para a organização. Visto desta forma, treinamento é “bom de ter”, mas certamente não crítico. Assim, parece  lógico parar de investir em iniciativas que não são absolutamente necessárias.

Em que circunstâncias projetos tornam-se  “necessários” dentro de uma empresa? É quando eles contribuem para alcançar as metas da empresa e têm, assim, um impacto direto nos resultados do negócio!

Mas como o treinamento pode contribuir diretamente para os resultados da empresa? Afinal de contas, treinar certas habilidades e comportamentos não significa que as pessoas realmente os utilizam no dia a dia de trabalho. E mesmo se o fizerem – com a possível exceção de habilidades mais técnicas necessárias para a operação diária – como se pode provar o impacto no resultado geral?

A situação hoje – 85% de desperdício

O fato é que hoje em dia somente cerca de 15% dos participantes de treinamentos aplicam o aprendizado no trabalho (veja estudos de R. Brinkerhoff). Isto significa que 85% dos recursos investidos são um valor não realizado.

Ou seja, a maior parte do investimento não serve para nada.

A causa principal deste desperdício  é a falta de oportunidade – e mecanismos de obrigação e apoio –para aplicar o aprendizado no dia a dia de trabalho.

Qualquer técnica, metodologia ou comportamento novo que aprendemos somente pode ser internalizado com sucesso se tiver aplicação do mesmo de forma repetitiva no ambiente real. Todos nós sabemos disso – desde da escola. Mesmo assim, a grande maioria de cursos e treinamentos não têm mecanismos que apoiam este aspecto crucial.

Foco na aplicação

É essencial então que qualquer programa de T & D seja  desenhado de tal forma que providencie o máximo de oportunidade e necessidade de aplicação do aprendizado no dia a dia de trabalho. Agora, não basta só de criar tarefas para serem aplicadas no trabalho!

Para apoiar a efetiva aplicação, além da tarefa, precisa haver momentos de discussão e compartilhamento  com o gestor e/ou colegas antes e depois da execução. Isso é importante para avaliar e refinar a habilidade ou comportamento na vez seguinte. Além disso, esta socialização cria uma rede de apoio que estimula o engajamento e a assimilação do aprendizado.

Isto significa também que o desenho geral do treinamento tem que mudar: em vez de focar na entrega de conteúdo (como é o padrão hoje em dia), este deve ser transmitido muito mais por mecanismos de aprendizado social e à distância, aproveitando as novas tecnologias que apoiam estas atividades.

O investimento maior é assim voltado à aplicação do aprendizado no dia a dia de trabalho.

 

Leia mais sobre como assegurar que o aprendizado realmente é relevante e contribui para a missão da empresa no nosso blog no mês que vem.

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